domingo, 11 de maio de 2014

Débora Magalhães

Queridas mães,
Respirem fundo. Nós vamos conseguir. Por mais que existam dias em que a possibilidade de dar certo parece estar bem longe. Deixem os corações serenar, e permitam-se por um instante lembrar que além de mães, também somos filhas. E como filhas, por mais bem-sucedidas e resolvidas que sejamos sempre precisamos de colo, mesmo que este colo não possa vir de nossas mães. Filhas de qualquer idade, de qualquer classe social, de qualquer credo precisam de colo e proteção. Então, queridas mães, permitam-se hoje, pelo menos hoje, e por um instante sentir-se acarinhada por todas as outras mães, por todos os sentimentos que nos unem, por todas as diferenças que nos afastam. Mas que hoje possamos olhar umas para as outras da forma mais pura e gentil que conseguirmos livres de qualquer pré-julgamento. E que possamos dizer baixinho, mesmo que a voz não saia, mesmo que as outras não escutem, mas deixem a energia se propague: estamos aqui, estamos juntas, preciso de você e estarei pronta se você precisar de mim.
Porque acreditem todas precisamos de ajuda. Ajuda para superar o cansaço que bate sem pedir licença, ajuda para vencer os próprios medos, tanto os que vamos adquirindo dia após dia nesta nova jornada materna, quanto aqueles que carregamos muito antes de sermos mães e que ainda não conseguimos vencer. Ajuda para compreender este novo ser e que nós, não somos tão culpadas assim. Precisamos de ajuda para não nos sentirmos esta culpa que de vez em sempre vem assombrar nossas almas. Precisamos de coragem para tomar decisões, para dizer nãos por mais difícies que eles possam parecer, precisamos de ajuda quando vemos um filho adoecer, ou chorar, ou perder razão, ou ser agredido por outra criança que também está em formação, precisamos ainda mais de ajuda quando é nosso filho que agride, precisamos de ajuda para compreender como podemos ajudá-lo, precisamos de ajuda porque muitas vezes nos sentimos sozinhas e desamparadas, precisamos de ajuda por que muitas coisas mudaram, muitos amigos que pareciam ficar por um bom tempo em nossas vidas, foram embora, e isso doeu e ainda dói. Precisamos de ajuda quando vemos tudo desmoronar a nossa frente e tentamos manter um sorriso torto de quem não quer deixar o mundo saber. Portanto, hoje, nesse tal de dia das mães, eu peço ajuda a cada uma de vocês, que talvez me compreenda mais do que eu própria compreendo. Deixo aqui também a minha total vontade, disponibilidade para dizer: eu estou aqui, sinto o que você possa estar sentindo, e não te culpo. Formamos todas nós, uma grande rede de mães que se nutrem de cada sorriso, cada beijo, cada olhar, cada conquista das nossas crias, mas que por vezes também precisam de um grande abraço de um outro alguém que possa dizer: está tudo bem, vai ficar tudo bem.
Feliz cada dia de vocês, mães, feliz vida, feliz caminhada, sejam felizes, fortes e doces! 

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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Carta de minha filha para seu filho, meu neto.

Gabriel,
Quando eu me imaginava mãe - e acredite muitas foram as vezes que me imaginei - eu sentia uma força imensa me invadir. Fui sendo levada por esta força dia após dia, desejando ser o que ainda não era, até que enfim, eu me tornei mãe. A sua mãe. E quando eu soube desta sua vinda, a força que me invadia vez em quando passou a residir aqui, dentro de mim. Pulsando enérgica e docemente fui sendo embalada pela alegria da sua existência.
Faz um pequeno tempo que você está aqui, comigo, neste mundo, neste tempo, dividindo dores e alegrias, dançando diariamente ao ritmo do nosso som. Embora eu te diga todos os dias o quanto amo sua presença e o quanto lhe sou grata por ser meu filho,
talvez não tenha ainda lhe dito alguns dos meus maiores desejos. Resolvi escrever esta pequena carta, para que você possa crescer e tê-la sempre por perto. Não para seguir meus desejos, mas apenas para saber o quanto sua mãe, com tantos erros, com tantos medos, com tanta vontade lhe desejava.
Por isso filho, começo desejando, que você seja capaz de fazer as suas próprias escolhas. Que elas sejam livres e que em tempo algum você se sinta pressionado a escolher algo contrário do que lhe parece correto e que lhe faz feliz.
Desejo que você, sabendo fazer suas escolhas, saiba também respeitar as escolhas dos outros por quem você passará. Mesmo que elas ao primeiro instante não pareçam positivas para você.
Desejo ainda que quando você estiver diante de uma situação que não lhe agrada e que você não teve escolha, justamente por fazer parte das escolhas de outro, você tenha forças e serenidade para tentar mudar, sem nunca precisar agredir e forçar, e sobretudo pensando em como pode fazer para atender o desejo do outro também. E desta forma, permitir que os outros desejos construam junto a você uma nova realidade.
Desejo com toda a força que você saiba viver e compreenda o valor do coletivo. Não porque você precise agradar as outras pessoas, não porque você precise viver em qualquer molde social. Mas sim, porque desejo que você saiba fazer o bem não só a si.
Na minha imaginação você não tem uma cor ou comida favorita, ou ainda uma profissão já escolhida. Não, na minha imaginação você não tem nada disso.
Quero que saiba que independente de quais sejam as suas escolhas, eu te amarei e estarei ao seu lado. Por mais que elas venham ser escolhas difíceis. Por mais que elas talvez não sejam as minhas escolhas. Não importa. Ainda sim você poderá contar comigo.
Desejo que você se lembre sempre disso: você poderá sempre contar comigo.
Desejo que você tenha muito amor no seu coração. Que você erre e saiba reconhecer. Que você tente e não consiga. Mas que nada disso te faça desistir.
Desejo que você chore de vez em quando e que possa recorrer a mim caso tenha vontade. Mas que também sinta-se livre se em algum momento tiver vontade de recorrer a outro alguém. Estará tudo bem.
Desejo que você ria. Muito. De verdade. Feito criança. E desejo, que sua risada contagie.
Desejo que você saiba dividir, acreditar, somar e perdoar. Inclusive, gostaria que você começasse seus perdões por mim. Afinal, no meio das minhas tentativdas de acerto, já cometi alguns erros com você e acredito que ao longo das nossas vidas cometerei alguns outros. Então, por favor, perdão.
E acima de tudo, desejo com toda a força que reside mim vinda de você, que você seja grato em todos os seus dias. Porque a sua vida está aí, e meu querido, por mais que eu esteja ao seu lado, quem vai vivê-la é você.
Amo você. Imensamente.
Mamãe.
Foto do querido: Thércio Leite Fotografia

terça-feira, 6 de maio de 2014

O papel do adulto

Ao meu ver o papel do adulto é fornecer as crianças um ambiente preparado para que possam usufruir do momento de brincar. Entendo ambiente preparado não como um local repleto de brinquedos à disposição das crianças. Não, para mim isto não é o fundamental. Um ambiente preparado é um local seguro, sem perigos ativos que ameaçem as crianças e preocupem os pais, é um local em que a criança esteja livre para experimentar e que o adulto presente compreenda seu papel dentro deste local e momento. Para tal, este precisa sentir-se relaxado e estar realmente presente, sem se ocupar com distrações cotidianas, como celular, ou conversas paralelas com outros adultos que atrapalhem o verdadeiro ato de brincar. O ambiente preparado oferece estímulos que podem ser variados e simples e por isso extremamente ricos. Neste momento é vital que estejamos focados na criança e que tentemos evitar assuntos fora do presente que possam vir a atrapalhar este momento e interromper o fluxo de experimentação vivenciado. Portanto é necessário que o adulto permaneça o máximo possível em silêncio e atenção plena. É preciso colocar-se no papel de receptor das proposições dos pequenos, deixem a criança dirigir a atividade. Se permita refletir o quanto você tem interferido na brincadeiras dos seus filhos. Há um momento em que nós, os pais, estamos tão envolvidos e felizes de poder passar um tempo de brincadeiras com as crianças, que nos tornamos, de certa forma diretores do ato de brincar e as crianças são os atores desempenhando as funções que estabelecemos. Até que ponto permitimos que as crianças estejam livres o suficiente para sugerir as nossas ações? Diariamente as crianças seguem a rotina que nós criamos, experimentando uma série de pequenas frustrações de suas vontades: existe a hora de acordar, de tomar banho, de ficar na escola, das refeições, etc. Por que na hora de brincar eles estão cumprindo mais uma vez nossas demandas e questões internas? É a vez da criança trabalhar seus medos e questionamentos, nossa interferência apenas interrompe suas descobertas.
Levar a lógica para as brincadeiras também pode não ser a melhor forma de estabelecer contato: Se a criança constrói um enredo de fantasia, dando asas a girafas e carros que soltam bolhas de sabão que fazem cócegas quando encostam em nós, a melhor forma de interagir é mergulhar neste mundo lúdico e não chamar a criança a razão querendo ensinar-lhe algum conteúdo, que sem dúvida ela aprenderá mais ou cedo ou mais tarde. Deixemos que elas fantasiem, deixemos que sejam crianças, deixemos que aproveitem este tempo para criar suas próprias lógicas. Não se torne uma presença diretiva. A brincadeira faz com que as crianças liberem tensões acumuladas de suas rotinas. Por vezes, nós os adultos, introduzimos nas brincadeiras que são na verdade questões não resolvidas para nós. Confiem nas crianças, deixem se levar, deixem que neste momentos elas sejam os líderes. Quando a criança brinca por meio da imaginação ela fortifica sua capacidade de concentração e aprimora conforme pratica sua capacidade de escolha. Dos dois aos seis anos, há um aumento da quantidade de neurônios e brincar se torna ainda mais fundamental, o cérebro vai se esculpindo conforme as experiências vivenciadas pela criança nesta fase.
É preciso confiar nas nossas crianças. Deixá-las livres. Estar presente sim, mas não anular suas presenças com as nossas. Vamos ouvir o que elas tem pra dizer, e não simplesmente fazer com que eles reproduzam o que nós temos a dizer. Se a brincadeira for massinha, o que eles tem a propor? Se eles estão pintando deixemos que eles pintem o mar de laranja, isso não trará consequências negativas. Pelo contrário! Se focarmos em dar tempo para que eles criem, então eles criarão. O papel do adulto é intervir o menos possível, é não decidir por eles. Nos coloquemos a disposição caso eles necessitem, estejamos próximos, na altura de seus olhos mas que não falemos mais alto que suas vontades e descobertas. Sejam eles os propositores, e nós? Nós nos permitiremos a mergulhar neste novo mundo de descobertas, para nós mesmo, mas principalmente, para eles.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

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